Exposições






















Segunda feira, 30 de maio de 2011


Fundação Cultural convida para Noite Multicultural

A Fundação Cultural de Blumenau convida a comunidade para mais uma Noite Multicultural, na próxima quinta-feira, 2, com a abertura da exposição (Co) Existência, com oito artistas/ceramistas catarinenses: Ilca Barcellos, Myllene Albuquerque, Rosangela Costa, Roseli Moreira, Sâmya GAC Leite, Sara Ramos, Solange Simas e Vanda Kair. Todas vão expor nas salas Oficial do MAB, Especial, Elke Hering, na Galeria Municipal e na Galeria do Papel.



A vida vista a partir de seu primeiro sopro, na sua fragilidade; assim são os trabalhos da artista Ilca Barcellos. A formação acadêmica como bióloga, confere à sua produção artística a expressão da própria vida. Na série Fósseis, Ilca relata: “A temática que perpassa no conjunto do meu trabalho é a pulsação da vida, do mundo biológico. Busco, portanto, a inspiração em estruturas vitais ligadas ao germinar da vida, ao brotar. São estruturas aparentemente frágeis e tênues, mas que condensam em si a capacidade do devir, do tornar-se algo, do modificar-se".


No mesmo sentido, a proposta de Roseli Moreira traz o desencadeamento do porvir, da transmutação, do ser que se renova.


Rosângela Rosa, com sua série "Livros", aponta para os registros que se fez ao longo da história da humanidade sobre a existência dos seres vivos, as coisas percebidas e a ordem humana das ideias e das ciências. Ainda dessa artista, a obra pote Mãe remete ao útero e à procriação.


Já as obras de Myllene Albuquerque e Vanda kair, Bolsa e Receptáculo, focam o sentido da existência sob uma perspectiva social. O que guardaríamos nesta existência? O que é relevante para um e supérfluo ou descartável para outro.


Sara Ramos também tece um pensar sobre a existência humana com as obras: Você tem fome de que? E Oferenda. As obras nos fazem pensar sobre a maneira com que percebemos a realidade ou como somos tocados por ela, de como cada ser pensante atua neste jogo de emoções, sentimentos, formas e cores, que é a vida humana.


As Gotas de Sâmya GAC Leite remetem à ideia da coletividade, da harmonia e sintonia entre as partes, para formar um todo harmonioso e equilibrado. Já os tripticos são estilizações de sutiãs, que nos lembram o aleitamento materno, o prover a vida.


As obras de Solange Simas potencializam toda a sua sensibilidade, ao retratar o mundo por ela observado. Suas instalações causam impacto pelas representações e significantes que emergem da obra, propiciando leituras de diversos significados. Avessa a alternativas prontas, Solange denuncia os modos de alienação social. Em sua obra "não é isso", provoca uma interrogação crítica e alerta sobre como as imagens da mídia moldam a imaginação do espectador. Na Sala Oficial podemos encontrar um conjunto de suas obras que remetem à existência humana; sua identidade e a tênue linha entre vida e morte.


Em (Co) Existência podemos sentir que a arte e a vida estão indissociavelmente ligadas, e a essência de cada artista impressa em cada um de seus trabalhos.


Segundo Merleau Ponty "cada experiência expressiva é o análogo de todas as outras; e as totalidades por elas expressas, o sistema de equivalência que é nossa vida".


Maria Goretti Ferreira
Artista plástica/ceramista
Conselheira do Museu de Arte de Blumenau

Conversa com os artistas
A partir das 18h30 as salas estarão abertas para visitação, com a presença dos artistas expositores para um bate-papo com troca de experiências e conhecimentos.

Informações sobre as expositoras


Ilca Marlene Barcellos de Souza


É natural de Pelotas/RS; reside em Florianópolis. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Máster em Botânica pela Universidade Paris VI - França. Participou de vários cursos e oficinas de cerâmica. Seus trabalhos foram expostos no Brasil, Canadá e Itália. Participou dos Salões: Jovens Artistas - MASC 2007 (Prêmio Aquisição), 2º Salão de Cerâmica/Curitiba (três obras selecionadas); IX Bienal Internacional de Cerâmica Artística em Aveiro/Portugal (uma obra selecionada), IV Bienal Internacional Del Mosaico Contemporâneo, San Nicolas de los Arroyos, Buenos Aires, Argentina, em julho de 2009, artista convidada para participar do Elit Tile 2010, Quarta Trienal Internacional Del Tile Cerâmico, Santo Domingo, República Dominicana, II Premi Bienal de Cerâmica i Terrisasa, Vila de la Galera, Espanha, 3º Salão Nacional de Cerâmica/Curitiba.

Myllene Machado Albuquerque


É natural de Biguaçu; reside em Florianópolis. Graduada em Pedagogia pela Univesidade do Vale do Itajaí. Realizou cursos de modelagem, escultura, cerâmica/peças figurativa, além de oficinas. Participou das exposições 2010/11 no Museu Histórico de Santa Catarina - "Exposição Guardar" Bando do Barro.


2010 - Bienal B - Bando do Barro - Porto Alegre.
2006 - Acervo Museu de Jaraguá do Sul.
1998 - Acervo Museu Infantil Brinquedoteca - UFSC.


Rosangela Goretti Lange Rosa


É natural de Blumenau; reside em Florianópolis.Graduada em Artes Plásticas pela Fundação Universidade Regional de Blumenau. Atualmente cursa, em fase final, Bacharelado em Artes Plásticas pela UDESC, em Florianópolis. Estudou cerâmica e vitrificação inicialmente com a professora Rosely Moreira e atualmente com Betania Silveira, em Florianópolis, adquirindo amplos conhecimentos na técnica de torno, com Eriberto Moreira. Participou de exposições em Santa Catarina e São Paulo. Premiações 2º Salão Nacional de Cerâmica, como artista classificada - de 6 de novembro de 2008 a 6 de março de 2009, na Casa Andrade Murici, em Curitib. 3º Salão Nacional de Cerâmica, como artista classificada - de 30 de Junho a 3 de outubro de 2010, na Casa Andrade Murici, em Curitiba. Participação no 1º Encontro Internacional de Ceramistas - USP - de 22 a 25 de março de 2011, em São Paulo.


Roseli Kietzer Moreira


É natural de Blumenau. Graduada em Artes Visuais pela FURB, com especialização em Cerâmica pela Universidade de Passo Fundo/RS e mestrado em Educação pela FURB. É professora da Fundação Universidade Regional de Blumenau no curso de Graduação de Artes Visuais e Arte-educadora na Fundação Cultural de Brusque. Participou de várias exposições, eventos e projetos, entre eles o Mural Cerâmico: marco de superação pela Arte, 2010. Projeto Cultural aprovado pelo edital Elisabete Anderle e Fundação Catarinense de Cultura - produção de um mural cerâmico em local público na cidade de Blumenau, contando com a participação artística de crianças de escolas estaduais do ensino fundamental e do auxílio técnico de alunos da graduação de Artes da FURB, com a temática das Enchentes que assolaram a cidade de Blumenau em 2008.


Sâmya Gardênia Amaral Correia Leite


É natural de Fortaleza/CE; reside Palhoça. Graduada em Pedagogia. Em 2004 iniciou ateliê de cerâmica escultórica com Betânia Silveira no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Florianópolis. É aluna da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), em disciplinas com os professores Luiz Canabarro e Betânia Silveira. Seus trabalhos têm inspiração nos momentos marcantes da maternidade e experiências de vida. Participou de exposições em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.


Sara do Vale Pereira Ramos


É de Florianópolis. Graduada em Artes Visuais pela UDESC e em Português, Inglês e Literatura, pela UFSC. Participou de várias exposições individuais e coletivas no Estado. Salões nacionais e internacionais: 2010 - III salão Nacional de Cerâmica - Curitiba; IV International Ceramic Tile Triennial - Santo Domingo/República Dominicana; 2009 - Mural "Rawson en el Bicentenário" - Chubut/Argentina; 2009 - Cerâmica Mosaico Mural Hanoi Artes - Hanoi/Vietnan; 2009 - Placas de Artistas III - Paso de los Libres - Argentina; 2009 - IV Bienal Del Mosaico Contemporâneo - Buenos Aires;2008 - II Bienal Nacional de Cerâmica Artística - Curitiba; 2007 - VIII Bienal de Cerâmica Artística de Aveiro - Aveiro / Portugal;2007 - III Bienal del Mosaico Contemporâneo - Buenos Aires; 2005 - 5th International Prize of Contemporary Ceramics-Cerco Aragon -Zaragoza/Espanha; 2005 - 10º Salão de Artes Visuais de Itajaí - Itajaí; 2004 - 16º Salão Paranaense de Cerâmica Artística - Curitiba. Prêmios e obras em museus e espaços públicos: 2010 - Prêmio Especial Taller Doña Iris - IV International Ceramic Tile - Santo Domingo/República Dominicana;2009 - Mural "Rawson en el Bicentenário" - Chubut /Argentina; 2009 - Ceramica Mosaico Mural Hanoi Artes - Hanoi/Vietnan; 2009 - Placas de Artistas III - Paso de los Libres/Argentina 2007 - Instalação Reverso Plural - CIC - Florianópolis-2007 - Museu de Aveiro - Obra Voyeur - Aveiro/Portugal.


Solange Regina Sousa Simas


É natural de Joinville. Graduada em Terapia Ocupacional - ACE , com Pós-graduação em Psicomotricidade - ACE. Participou de vários encontros, congressos, seminários, simpósios e cursos sobre cerâmica. Entre as várias mostras, encontros, projetos e salões estão:. Assim na terra como no céu. (Individual) - Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew, Joinville - 2007; Pretexto. Sesc - Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew -Joinville - 2007;. Diez Años de Cerámica Contemporánea. Taller Escuela de Cerámica de Muel, Muel - Espanha - 2011; 3º Salão Paranaense de Cerâmica. Casa Andrade Muricy - Curitiba - 2010; Cerâmica Contemporânea - Exposição Individual. "Gallery of Arts" Centro Cultural Brasil Estados Unidos - Joinville - 2004; 16º Salão Paranaense de Cerâmica. Museu Alfredo Andersen - Curitiba - 2004; 16º Salão Paranaense de Cerâmica. Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Curitiba - 2004; 11º Salão dos Novos de Joinville. Cidadela Cultural Antarctica - Joinville - 2003. Na Espanha participou do CERCO Aragón/4 - Prêmio Internacional de Cerâmica Contemporânea, recebendo o "Primer Prêmio". Museo Pablo Serrano, Zaragoza – 2004.

Vanda Kair


É natural de Tubarão; reside em Biguaçu. Acadêmica do Curso de Artes Plásticas (UDESC). Frequenta curso de cerâmica (torno e figurativo), na Escola de Oleiros de São José, com os professores Canabarro e Betânia Silveira, na UDESC. Iniciou nas artes plásticas em 2000, tendo participado das exposições: 2008 - Festival de Inverno Udesc. "Painel Fotográfico" – Florianópolis - 2010 - Exposição coletiva de instalação "Não Repara a Bagunça" - Galeria Meyer Filho – Florianópolis - 2010 – 3ª. Semana Ousada de Artes UFSC e UDESC. Exposição de Cerâmica - Florianópolis - 2010 - Exposição coletiva Grupo Bando do Barro na Bienal B - Porto Alegre -2010/11 - Exposição coletiva "Guardar"- Grupo Bando do Barro - Museu Histórico de Santa Catarina.




A Fundação Cultural de Blumenau fica na Rua XV de Novembro, 161.
Postado por Márcio Volkmann às 07:56
Marcadores: artecultura

 "ARTE E MUSICA DAL SUDAMERICA"
Galleria TARTAGLIA ARTE
a cura di Regina Nobrez
via XX setembre,98c/d, ROMA
 dal 15 al 30 giugno 2010

Ilca BARCELLOS, Susana BIANCHINI, Marinela GOULART,
Juliana HOFFMANN, Dirce KÖRBES e Oscar MILETTI




Foto da fachada da Galleria Tartaglia


Riccardo Tartaglia (trabalhando no computador ) proprietário da galeria,
 Dirce Körbes e Oscar Miletti finalizando o trabalho de montagem das telas.  


Vernissage  foi muito especial pela confraternização entre brasileiros e italianos.


Da esquerda para direita: Marinela, Dirce, Ilca e Oscar



Convidados presentes no vernissage, Regina Nobrez (de azul) ao lado da minha amiga Dirce.

Gil Badaró músico brasileiro que vive em Florença.


Obra: "Ecos da pele" exposta na vitrine da Galleria Tartaglia





Da esquerda p/direita: Prima da Irene, Irene(bióloga que vive em Roma) e Ilca

La galleria Tartaglia Arte e il magazine Cos’è Successo
Presenta
“ARTE E MUSICA DAL SUDAMERICA”

a cura di Regina Nobrez
vernissage martedì 15 giugno ore 19,00
con voce e chitarra di GIL BADARO’
La mostra rimarrà aperta fino al 30 giugno
Tartaglia Arte - Via XX Settembre, 98c/d Roma
Ingresso libero

…inizia con la poesia, inizia con l’amore… Sei artisti uniti dall’amore per l’arte, un altro dall’amore per la musica, tutti per l’amore al suo lavoro. L’Amore !!! questo sarà il punto forte per il nostro benvenuto a tutti voi che amate la cultura del Sudamerica, l’Arte Sudamericana e la musica Brasiliana. L’Amore vi ha fatto un invito per questo incontro magico e contemporaneo. Grazie Regina Nobrez

L’obiettivo è, secondo l’ottica seguita negli ultimi anni dalla Galleria Tartaglia, far avvicinare le persone alla conoscenza dell’arte di tutto il mondo, far vivere l'anima del patrimonio culturale di ogni paese attraverso l'espressione artistica moderna contemporanea. In particolare questo appuntamento sarà arricchito anche da musica e cibi brasiliani per una più completa valorizzazione dell'arte e dei luoghi in cui la mostra si colloca.

Questa mostra nasce da un idea di Regina Nobrez, giornalista e direttrice del magazine Cos’è Successo. Gli artisti sono stati scelti dal dir. artistico Riccardo Tartaglia durante il suo ultimo viaggio in Brasile durante il quale ha gettato le basi per progetti futuri che vedranno una mostra di Piero Tartaglia presso il museo storico di Santa Catarina a Florianopolis e uno scambio più ampio, con gallerie d’arte in brasile, di artisti italiani e brasiliani.

Biografie artisti

Ilca BARCELLOS Nata in Brasile nel 1955. Laureata in Scienze Biologiche presso l’Università Federale di Santa Catarina (1978) con Master in Biologia Vegetale all’ Università Pierre et Marie Curie di Parigi VI (1984). Nel 2006, in pensione, ha iniziato la carriera frequentando il laboratorio di ceramica nel Centro per la Cultura. Ha partecipato a laboratori e corsi d’arte CEART Università UDESC. E’ stata presente alla quarta Biennale Internazionale del mosaico contemporaneo a Buenos Aires nel 2009. Il suo lavoro evoca il ritmo della vita e del suo germogliare, Ie sue opere creano un ponte tra il reale e l’immaginario cercando di esprimere la creatività attraverso nuove possibilità.

Juliana HOFFMANN Artista brasiliana autodidatta ha iniziato la carriera nel 1982 ricevendo il 1° premio di Santa Catarina III al Salone dei Giovani Artisti. Ha realizzato diverse mostre personali tra cui due a MASC (Museo delle Belle Arti di Santa Catarina) ed una al Museo di Storia Palazzo Cruz e Sousa.
Ha partecipato a numerose mostre in Brasile e all’estero, tra cui: Museo del Castello di Rivara - Centro per l’Arte Contemporanea a Torino – Spazio BADESC culturali, Florianópolis - Parigi e Buenos Aires Florianopolis - Biennale Internazionale di Sorocaba, New York - Boundaries-Wilmington.

Susana BIANCHINI Laureato in Belle Arti dal Centro Arti di UDESC-Università Stato di Santa Catarina nel 1999. Pittore, disegnatore e scultore, vive e lavora a Florianopolis. Ha partecipato a corsi, seminari e simposi in Brasile e all’estero. Tra le mostre si ricordano Galleria Art Space Vieira, nel 1989. Florianópolis, SC.- Galleria d’arte dell’Università di Santa Catarina, 1990. Florianópolis, SC. - Santa Catarina Associazione Plastica Artisti - ACAP, 1990. Florianópolis, SC.- Spazio Officina - Centro Integrato di Cultura -CIC, 1992. Florianópolis, SC.- Galleria d’Arte del Palazzo del ventre Verde 1993. Florianópolis-SC.

Dirce KÖRBES Classe ’62 è nato a Itapiranga, in Brasile. Laureato in Belle Arti, Bachelor of Arts Education (1987). Perfezionamento post-laurea in pittura (1994) specializzazione in Lingua e Contemporanea di plastica (2002) presso il Centro per le Arti UDESC - Università Statale di Santa Catarina. Ha tenuto lezioni di disegno e pittura laboratori d’arte nel CIC (2001). Ha inoltre insegnato disegno e pittura nel suo atelier di Florianópolis.

Marinela GOULART Nata nel 1965 a Grapevine, Brasile. Dopo una laurea in Educazione artistica si perfeziona conducendo ricerche sulle applicazioni del metallo nell’arte e realizzando sculture in ceramica presso lo Studio Arts all’interno della University of South Florida, nel 1996. Attualmente realizza sculture in marmo e dipinti di grandi dimensioni, parallelamente ad oggetti scultorei in filo di alluminio e altri materiali.

Oscar MILETTI Oscar Humberto Miletti è nato 12 Luglio 1956, a Buenos Aires (Argentina). Laureato in Architettura e Urbanistica all’Università di Buenos Aires, studia pittura con gli artisti Trench Victoria e Miguel A. D’Arienzo. Residente a Florianópolis dal 1988, ha lavorato nel campo dell’architettura da sempre realizzando opere che si sono aggiudicate le copertine di alcune riviste nazionali come Architettura e Costruzione, Casa e Giardino, ecc.

Gil Badarò nasce nel sud del Brasile, a Porto Alegre, capitale dello stato di Rio Grande do Sul, allo sbocco del Guaiba nella laguna di Patos. Fin da piccolo Gil si dedica con passione e volonta’ allo studio della chitarra. La carriera artistica ha inizio proprio nella sua Porto Alegre, dove ha modo di esibirsi nei maggiori locali, interpretando i classici della cultura carioca. E’ nel 1980 che decide di tuffarsi nei ritmi metropolitani di San Paolo;produce il suo primo disco “Tem que se produzir”, accolto dalla critica con molto interesse. Segue un tour radiofonico di grande successo, una buona serie di esibizioni, e la possibilità di farsi strada anche fuori dal Brasile. Cosi Badaro’ vola in Uruguay, a Punta de Este, celebre stazione turistica che ospita, ogni anno, il Festival Cinematografico. La musica di Gil Badaro’ e’ ascoltata ed apprezzata da numerosi personaggi dello spettacolo; la sua voce conquista il pubblico, sia cantando Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Milton Nascimiento, sia proponendo il proprio repertorio, a cavallo tra samba, reggae, soul, bossa, funky e, naturalmente, ognuno caratteristica delle sonorità sudamericane. Nel 1989 Gil Badaro’ approda in Italia, insieme ai suoi manager. Lavora a Roma guadagnando un improvviso quanto inatteso successo, sono numerose le performance al fianco di artisti noti del calibro di Pino Daniele, Tony Esposito, Edoardo Bennato, Karl Potter, Irene Grandi e tanti altri. Partecipa, come comparsa, in alcuni film; interpreta la parte del musicista - ruolo a lui ben congeniale - in “Sette assassini e un Bassotto” con Ornella muti, Giancarlo Giannini, John Candy e James Belushi. Negli anni 90 Gil si trasferisce a Firenze, dove ancora oggi vive; e’ l’attrazione del Maracana’ - nota casa di spettacolo brasiliano - e di tantissimi altri club. E’ del ‘92 l’uscita di “Tem que se produzir II” : qui le composizioni raggiungono maturita’, fascino e compattezza, suonate un tutto integrale.Ma la creativita’ porta Gil Badaro’ ,un anno dopo, la realizzazione di “Mani Pulite” che, visto il titolo, ha suscitato grande interesse e curiosita’ nel panorama nazionale. Oggi Badaro’ sta preparando il nuovo LP, nonche’ una serie di concerti in giro per l’Italia: un vero e proprio tour, con ospiti, jam session e numerose sorprese.

Inaugurazione: martedì 15 giugno 2010, dalle 19.00 con voce e chitarra di Gil Badarò

Autori: Ilca Barcellos, Susana Bianchini, Marinala Goulart, Juliana Hoffmann, Dirce Körbe, Oscar Miletti.
Periodo mostra: 15 – 30 giugno 2010 ingresso libero
Sede: galleria Tartaglia Arte via XX Settembre, 98 c/d - Roma
Orario: da lunedì al venerdì 9.30 – 13.30 / 16,00 – 19,30
sabato per appuntamento (tel. +39 3358418240) chiuso domenica e festivi

Sito web: www.tartagliaarte.com
Informazioni: +39064884234 - gallerie@tartagliaarte.com
Sottoscrivi questo RSS feed Domenica 25 Luglio 2010 18:38 ARTI VISIVE_ Meditazione e squilibrio
Dal 28/07 al 18/08/10 @ Galleria Tartaglia Arte, via XX Settembre 98 c/d, Roma
Per info: te. 06/4884234 - gallerie@tartagliaarte.com - www.tartagliaarte.com

Pubblicato in Appuntamenti Leggi tutto... Lunedì 14 Giugno 2010 07:41 ARTI VISIVE_ Arte e musica dal Sudamerica

ARTI VISIVE

ROMA- I colori, la vivacità, la musica e la danza sono i tratti caratteristici del continente sudamericano, un luogo in cui la magia degli incontri con persone straordinariamente ricche di entusiasmo per la vita resta indelebile anche a distanza di molti anni.
Chi ha messo piede in queste terre sconfinate, molto lontane dalla nostra, eppure così vicine culturalmente, si è lasciato inebriare dalla bellezza della semplicità che vive in ogni angolo e che si rispecchia nell'immenso blu del mare che li circonda.
Il mio elogio al calore che avvolge paesi come il Brasile o l'Argentina nulla può di fronte alla vista di questi luoghi che può avvenire con la diretta conoscenza di essi.
Eppure c'è un altro modo per avvicinarsi a questo mondo: attraverso l'arte il desiderio, la curiosità e lo stupore vengono appagati e i nostri sensi vengono a contatto con la purezza spirituale della creatività di chi vive la vita quotidiana nutrendosi di arte e semplicità.
Ed è per questo che vi invitiamo a vedere la mostra curata da Regina Nobrez Arte e musica dal Sudamerica che si tiene presso la Galleria Tartaglia di Roma fino al prossimo 30 giugno, ovvero una raccolta di opere che coinvolge sei artisti provenienti dal continente sudamericano, i quali mettono in mostra non solo il proprio talento artistico che spazia dal figurativo all'informale ma puntano soprattutto a sottolineare il loro legame con la terra di origine.


Ilca Barcellos, Susana Bianchini, Marinela Goulart, Juliana Hoffman, Dirce Körbes, Oscar Miletti sono i nomi degli artisti che scelgono di raccontare se stessi attraverso un collage di pittura e scultura che delizia i sensi dello spettatore.

Così, scendendo nei meandri delle loro opere selezionate per la mostra si può notare come per esempio la brasiliana Ilca Barcellos tenda a sottolineare la possibilità dell'arte di creare un ponte tra la realtà e la fantasia che altrimenti verrebbe ostacolata dai limiti imposti dalla nostra paura di sognare ad occhi aperti.
Le forme allocromatiche del porteño Oscar Miletti sono il risultato di uno studio sulle geometrie umane che mettono in evidenza lo spazio vissuto in secondo piano, anch'esso dotato di orizzontalità e verticalità separate dalle forme assunte dai colori.

La linearità di Miletti contrasta con la sinuosità di Marinela Goulart, la quale alle visioni cromatiche preferisce le forme prosperose di un corpo femminile che si lascia accarezzare con lo sguardo, mentre il supporto su cui è costituita la scultura funge da legame tra il visibile e ciò che si nasconde dietro l'intenzione dell'artista.

L'incanto delle creature e degli scenari a tratti onirici delle opere esposte in galleria ci riportano ad una dimensione naturale, quasi primitiva del rapporto tra l'uomo e lo spazio che lo circonda e che in questo ambito viene deliziato dalle melodie e dai suoni brasiliani di Gil Badarò.

Un appuntamento da non perdere, assolutamente
Eva Di Tullio


Roma - dal 15 al 30 giugno 2010
Arte e Musica dal Sudamerica



GALLERIA TARTAGLIA ARTE
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Via XX Settembre 98c/d (00187)
+39 064884234 , +39 064884234 (fax)
gallerie@tartagliaarte.com
http://www.tartagliaarte.com/
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mostra collettiva “Arte e Musica dal Sudamerica”
a cura di Regina Nobrez.
con una varietà di stili e tematiche: si va dal figurativo all’informale. Anche le tecniche usate sono di vario genere: pittura, scultura e ceramica contemporanea
orario: lunedi al venerdi 9,30-13 / 15,30-19
sabato per appuntamenti
chiuso domenica e festivi
(possono variare, verificare sempre via telefono)
prenota il tuo albergo a Roma:
biglietti: free admittance
vernissage: 15 giugno 2010. ore 19,00

note: saranno presenti gli artisti e durante l'inaugurazione della mostra verrà accompagnata dalla voce e chitarra del cantante brasiliano Gil Badarò
genere: arte contemporanea, collettiva

3ª Bienal B, Porto Alegre RS,
Exposição do grupo "Bando do Barro"
Visitação: 22de outubro a 20 dezembro de 2010
Curadoria: Alexandra Eckert, Caren Czenwinski, Miriam Gomes, Nico Giuliano e Rodrigo Nuñez
Fotografia: Rosana Bortolin




  



2010
Temporalidades táteis: e no início era o fogo...


                                                         Curadoria e texto: Adson Bozzi Lima
                                                                  Professor UEM/PR

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Os primeiros contatos do homem com a cerâmica foram, assim como em muitos outros domínios, incertos e erráticos. Apenas aquecida pelo sol, a argila quebrava-se no uso e no manuseio, e ânforas, habitações e os mais diversos instrumentos tinham que ser constantemente renovados e novamente secos ao sol. Foi assim no Egito, e assim foi nas civilizações entre rios. Uma aglomeração urbana ou pré-urbana, no mundo antigo oriental, era, sobretudo, um conjunto superposto de tells, e as habitações se sucediam a medida mesmo em que ruíam e eram substituídas. O trabalho em argila era, então, marcado pelo provisório e pela brevidade.


Mas o homem não se contentou com o seu destino — e com o destino do seu trabalho e da sua arte — e achou, em um determinado momento, que só o sol não lhe era suficiente. E foi um primeiro demiurgo que teve a ideia de lançar a argila seca ao fogo, multiplicando, desta forma, a intensidade do sol. Estava, então, criada a cerâmica: plástica, elástica e flexível, certamente, mas o fogo conferiu-lhe uma nova direção, dando-lhe o que, até então, não possuía: a duração no tempo. E neste processo os caprichos, acasos e acidentes da natureza foram substituídos pela precisão e pela certeza de uma ação controlada. É neste sentido que se pode dizer que a cerâmica é uma invenção do fogo, mas, principalmente, a invenção do controle sobre o fogo.

Mas o acidente e o acaso que marcaram o início do processo estão presentes, ainda que de maneira residual e como vestígios, no trabalho do demiurgo ceramista. Na obra desenvolvida por Ilca Barcellos as placas riscadas na sua superfície são as memórias de um tempo que não existe mais. Fósseis planos imobilizados no instante da sua morte figurada — e da sua efetiva criação —, marcando que o mesmo gesto que representa o fim é um gesto de recomeço e de transformação: da argila adobe à argila pétrea. Estas placas são, simultaneamente, o acaso da arte e a precisão do fogo.





EXPOSIÇÃO "CONCRESCENTES"   

Texto: Ilca Barcellos e
Gisela B. de Souza Profa. da UEM/PR

*Por motivo de reforma do espaço da Galeria da UFSC esta exposição deverá ser exibida em 2011, na reabertura deste espaço expositivo






foto: Karina Zen
 
A mostra “Concrescentes” expõe um conjunto da ordem de 120 esculturas em cerâmica de dimensões variáveis, desenvolvidas ao longo de 2007 e 2009. As peças foram modeladas a mão e queimadas a 980° e 1100°C e foram finalizadas com aplicação de óxidos e esmaltes.
A temática que perpassa no conjunto de meu trabalho é a pulsação da vida, do mundo biológico. Busco, portanto, a inspiração em estruturas vitais ligadas ao germinar da vida, ao brotar. São estruturas aparentemente frágeis e tênues, mas que condensam em si a capacidade do devir, do tornar-se algo, do modificar-se. Nesta exposição apresento obras realizadas sob quatro temas distintos – embriões, ovóides concreções e fósseis – que abordam a vida e seu ímpeto em suas diferentes temporalidades. Através deste título, refiro-me ao fato de a agregação destas especulações sobre o “vir a ser” constituir um todo; uma espécie de ode ao crescimento conjunto e ao ciclo vital.
Os embriões e os ovóides são trabalhos complementares. As esculturas agrupadas dentro do primeiro, desenvolvidas desde 2007, buscam captar a força da vida no instante em que esta surge. Os embriões são seres recém-nascidos, paradoxalmente delicados e vigorosos, que transitam livremente pelo espaço, como se quisessem descobri-lo e estabelecer inter-relações. Através dos trabalhos nomeados os ovóides – realizados a partir de 2009 –, introduzo a temática de sua origem. Trata-se do rompimento inicial de uma forma de vida anterior que lhes permitiu a existência. A superfície dos ovóides despedaça-se para dar lugar à multiplicação de seres. Enquanto os primeiros apontam para a vida futura, estes últimos registram o gérmen desta em formas passadas.
Os trabalhos nomeados de concreções, produzidos em 2009, fazem alusão direta às bioconcreções – fósseis que registram a ação no tempo de seres microscópicos que, pela deposição sucessiva de argila e minerais, acabam por dar formas a sua matéria-suporte. Utilizo-me desta referência como uma metáfora para o próprio pulsar da argila. As concreções tomam, portanto, a própria matéria orgânica que utilizo em minhas esculturas como ponto de partida. Esta seria, dentro de meu imaginário, capaz de brotar sozinha, de dar origem a novas formas, seria mais um receptáculo da vida. Através de “ondas de evolução” a argila daria origem a seres mutantes polimorfos, amebóides, tentaculares, que nomeio concreções. Surgem como seres oriundos de tempos remotos, cuja forma é determinada pelo movimento sutil de projeções amebóides. Em sua pele condensa-se o desenvolvimento da vida e da gênese em si, registram-se as linhas seculares de seu crescimento.
O entrever da vida em uma superfície/suporte é o tema central das obras intituladas de fósseis. Resgatados e longínquas camadas temporais os fósseis remetem à vida passada, à efemeridade da existência e à ambigüidade, no entanto, da permanência de seu registro no solo. O impulso vital, antes de desvanecer, moldou a argila, gravou-se em sua superfície, tornando-a para sempre seu suporte.
Logo, o pulsar da vida se manifesta em diferentes ciclos temporais nos trabalhos expostos. Enquanto os ovóides e os embriões exploram as transformações aceleradas, realizadas em curtos períodos; as concreções e os fósseis apelam para os longos ciclos de duração, nos quais as mudanças ocorrem, ou já ocorreram, lenta e gradualmente. O diálogo entre seres instantâneos e outros seculares, lado a lado, mostra as possibilidades do devir no mundo biológico e no mundo artístico.




2008 La génétique Hédoniste
Maison des Arts et de la Culture de Brompton Sherbrooke, Canadá - 6/09 a 5/10/2008



foto Patrice Albaret




La Génetique Hédoniste



Texte de Adson Bozzi Lima, professeur de Histoire d’Art à l’Universidade Estadual de Maringá.


Florianópolis est une île tropicale située au sud du Brésil. Son nom provient de “flor”, c’est-à-dire, fleur en portugais, autant que de Floriano Peixoto, un militaire de l’armée qui, à la fin du XIXe siècle, est devenu le deuxième président de la République brésilienne. Cette ville-île est, d’une certaine manière, l’un des symboles les plus vifs de la geographie et de l'histoire du pays, et entre ses montagnes et la mer se situe l'art de Madame Ilca Barcellos.


Et qu’est-ce que pourrait-il être développé à Florianopolis en tant qu’art? Si l’art brésilien n'est plus associé à ses manifestations culturelles les plus populaires, il est parfois encore saisi par l’esprit étranger à partir d’un certain "arrière goût" de folklore ... Il faut comprendre que le Brésil est un pays multiple et hétérogène et que son art donc ne pourrait-il pas être autrement. Quand on dit art, faut-il penser à plusieurs arts, et pas à l'art dans un sens ab-solu. Ce qui est collectif et pluriel s’impose ici comme la force d'un dogme. La céramique de Madame Barcellos est lié à son pays, comme l'art de tout artiste l’est. Si un jour cette île fût appelée "Notre-Dame des Déracinés", à cause de son peuplement par des immigrants por-tugais, cette catégorie ne doit pas être appliqué à l'art de Madame Barcellos, car sa cérami-que puise son élan de la terre.


On ne doit pas oublier que tous partagent un arrière-plan culturel commun. Si c'est vrai que sa poterie s’attache profondement à une île, à sa terre d’election, elle n'est cependant pas un fait artistique isolée. On peut ratacher sa production actuelle à un célèbre mouvement artistique: le Réalisme Magique de l’Amérique du Sud. Pourtant d’aucuns pourront prétendre que son art n'est pas de la littérature, mais de la céramique... Contrairement à ce qui norma-lement on ne le pense, ce mouvement ne se limite pas à la littérature, mais il se présente dans d'autres domaines artistiques ─ à Donoso, à Garcia Marques et à Amado on ajouterait facilement des peintres, des sculpteurs et égalements des artistes potiers. Ainsi on peut très bien appréhender l'art de Madame Barcellos à partir de ce mouvement artistique-là. Ses créatures possèdent un air magique, pourtant sans jamais tomber dans la non-figuration: on reconnait les traces de chaque être crée comme une transgression de la réalité, c’est-à-dire comme l’instauration d’une nouvelle dimension de ce qui est représenté.

Si Garcia Marques a créé un espace fictionnel, la ville de Macondo, scène d’un bon nombre de ses romans, Madame Barcellos, à son tour, a sa propre ville, entièrement habitée par d’étranges créatures qui se plient et se retorchent comme si elles n’étaient pas en argile brûlée, mais faîtes en une inexistante substance malléable et flexible. Cela implique la pos-sibilité que chaque pièce puisse comporter de nombreuses interprétations, c’est-à-dire, de nombreux points de vue. Et c'est certainement l'effet du temps incorporé à l’oeuvre: l'argile y est plastique, cela veut dire qu’elle se laisse modeler, et que la chaleur la fait eternelle. Et il faut se rappeler que l'un des sens du mot “éternité” est un “début sans fin”.


Tradução do texto
Florianópolis é uma ilha tropical situada na região sul do Brasil. O seu nome ressoa a palavra “flor” em português, porém deriva de Floriano Peixoto, um militar que no final do sé-culo XIX sufocou um levante na cidade. Nesta cidade-ilha está o pano de fundo da Geografia e da História do País, e entre as suas montanhas e o mar está a arte desenvolvida por Ilca Barcellos.

E que arte poderia ser desenvolvida em Florianópolis? Se já não se associa mais a arte brasileira as suas manifestações culturais mais conhecidas, persiste, no entanto, na sua recep-ção um “arrière goût” de folclore... Deve-se sempre ter em mente que o Brasil é um país múl-tiplo e heterogêneo e a sua arte, portanto, não poderia ser homogênea e compreendida desde o mesmo conceito. Fala-se de artes, e não de arte, e o plural e o coletivo se impõe com a força de um dogma. A cerâmica de Ilca Barcellos é vinculada a seu lugar, como a arte de todo artis-ta . Se um dia esta ilha foi chamada de “Nossa Senhora do Desterro”, esta categoria não deve ser aplicada à arte de Madame Barcellos, posto que a sua cerâmica retira o seu élan da terra.Mas não se deve esquecer que todos partilham de um fundo cultural comum. Se é ver-dade que a sua cerâmica é realizada em uma ilha, não está, contudo, isolada. Pode-se encon-trar na sua produção atual uma filiação com um célebre movimento artístico: o Realismo Fantástico Sul Americano. Alguns poderão retorquir que não se trata de literatura, mas de cerâmica... Porém, ao contrário do que normalmente se imagina, este movimento não se restringe à literatura, mas encontra-se em outros domínios artísticos ─ a Donoso, a Garcia Marques e a Amado deve-se, necessariamente, acrescentar pintores, escultores e ceramistas. Neste sentido, pode-se muito bem compreender a arte desenvolvida por Madame Barcellos desde esta rubrica. As suas criaturas assumem um ar fantástico, sem que jamais caiam no não-figurativo: reconhecem-se os traços de cada ser como uma transgressão do real.


Se Garcia Marques criou uma cidade ficcional, Macondo, na qual muitos dos seus ro-mances foram ambientados, Madame Barcellos, por sua vez, tem a sua própria cidade, intei-ramente habitada por instigantes criaturas que se dobram e se retorcem como se não fossem de argila queimada, mas de uma estranha matéria maleável e flexível. Isto implica a possibilidade de que cada peça possa ser compreendida a partir de muitas interpretações, ou seja, a partir de muitos pontos de vista. E isto é, certamente, o efeito do tempo incorporado à obra: a argila é plástica, isto é, se deixa modelar, e o calor a torna eterna. E aqui se deve lembrar que uma das acepções para o termo eternidade é um começo sem fim.



"Ecos da pele"
Museu Histórico de Santa Catarina, Florianópolis, SC.
Visitação: 4 de julho a 3 de agosto de 2008




Produção gráfica: Gisela Barcellos de Souza
   
A mostra “Ecos da Pele” expõe um conjunto de peças cerâmicas desenvolvidas por Ilca Barcellos ao longo de 2007 e 2008. A multiplicação e gênese de seres fantásticos a partir da superfície/pele de outros é a temática que perpassa as obras apresentadas e relaciona-se intimamente com seu processo de criação. Através do contato íntimo com a pele/superfície da argila, ecoam e transbordam seres que são escutados pelas fissuras, pelos estiramentos, pelas ranhuras, pelas cicatrizes, pelas pregas e circunvoluções; que se fazem, se desfazem e se re-fazem num processo dinâmico ao longo do ciclo vital. O processo de criação emerge da pele/textura, que se manifesta por ondas de convulsão visíveis pelas formas, pelos volumes e pregas. A vida em si, com a sua força vital, se manifesta como ondas que varrem a superfície ou a pele do ser-mãe. A pele surge com um arquipélago de possibilidades que muda continuamente a sua plasticidade, cujo resultado é a diferenciação de ilhas de vida, ou de seres, que se diferenciam, se relacionam e se deslocam do corpo materno para o reconhecimento de seu habitat. Neste universo fantástico, em que as temáticas da maternidade, da fertilidade e da expansão da vida pronunciam-se intensamente, tudo é possível: os novos seres que emergem da superfície migram livremente sobre a superfície matricial e deles podem brotar 



2007

Exposição: LUDO TRANSGENIA 

Espaço Oficinas do CIC, Florianópolis SC.

Visitação: 4 de julho a 3 de agosto de 2007




Texto de Adson Bozzi Lima,
professor de história da Arte da UEM/PR

Este texto não tem a função de explicar a obra de Ilca Barcellos, mas, à maneira da didascália na Roma Antiga, pretende elucidar as circunstâncias que cercam a produção. Inicialmente, convêm afirmar que criar algo é gerá-lo a partir de uma força produtora, que é, ao mesmo tempo, princípio e fonte de vida, e, igualmente, geração. É exatamente nisto que pensamos ao grafarmos a palavra “gênesis”, como origem e desenvolvimento dos seres.


Produção gráfica: Gisela Barcellos de Souza
 Há três diferentes momentos ou fases na obra de Ilca Barcellos aqui exposta: a primeira fase é, justamente, a criação: surgem seres bizarros, disformes, em uma clara referência tanto à própria natureza quanto a um mundo fantástico e surrealista. E este último termo é bastante pertinente em relação à obra, posto que indica um “sobrenaturalismo”, isto é, algo que vai além da natureza, sem, contudo, ultrapassá-la.




Foto de Caio Giardullo publicada na revista Mão na Massa nº30, 2008
   A segunda fase é a maturação dos seres, que, ainda embrionários, começam a se constituir e a tomar forma definitiva; porém, aqui e ali O surpreendente é que estes seres embrionários geram outros seres, pequenos seres adultos que transitam livremente sobre o corpo matricial, como se fossem os espinhos ou pontas que, na fase anterior, marcavam a superfície do corpo dos seres. E a diferença já foi escrita: são espinhos móveis, que tanto podem ser compreendidos tanto como simples excrescências quanto como mutações que brotam sem restrições nem controle.

A terceira fase é a da fertilidade; ora, sabe-se que este termo tem a sua origem na palavra latina fertilìtás, que indica, justamente, “abundância”. São, então, incontáveis os embriões que surgem, que vêm do fundo para a superfície, que brotam. Não por acaso Ceres, deusa romana da fertilidade, estava associada, igualmente, ao amor maternal. São os corpos matriciais que, em um processo de diferenciação, dão origem aos embriões. Não devemos nos esquecer, igualmente, que estamos diante de obras de escultura moldadas em argila, em terra; há, portanto, numerosas associações possíveis nesta fase entre o ato de criar e o ato de brotar, de emergir em uma superfície.




   A obra de Ilca Barcellos é um processo que não apaga as marcas da sua trajetória; podemos observar, lado a lado, seres de diferentes épocas. Se é lícito afirmar que a natureza está em constante mutação, não é menos correto afirmar que em um ser definido e acabado isto não é evidente. Cabe, então, à arte e ao artista desvelar, ludicamente, a criação como transgenia. outros seres.