quinta-feira, 24 de julho de 2014
Divulgando.... vem aí o CONTAF 2014
2ª Mostra Versatilidade e Arte- Onde vão as Flores?
Ceramica Contemporânea Brasileira em Cerâmica Contemporânea Brasileira - Há 1 dia
*Datas 20, 21 e 22 de Agosto de 2014* Entrega das peças 19 de Agosto de 2014 no Bunkyo. Caso você não tenha recebido regulamento e ficha de inscrição, solicite pelo e-mail: ccbras@gmail.com Assim que possível nosso colaboradores responderão. Ou Clique *AQUI* e salve regulamento e ficha de inscrição. Informações sobre o Contaf 2014: http://www.contaf.com.br/
domingo, 20 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
O renascimento e o barroco nas narrativas de Ilca Barcellos, texto de : Sheyla FERNANDES
O renascimento e o barroco nas narrativas de Ilca Barcellos
Sheyla Francisco Fernandes
sheyla.fernandes@gmail.com
O rompimento com a própria estética parece ser a tônica do último trabalho de Ilca Barcellos, artista de Florianópolis, cuja poética transita entre a organicidade da cerâmica – e do próprio fazer cerâmico – e as possibilidades de hibridismo da biologia.
Se o cientificismo, herança deixada pelo renascimento, é uma característica marcante em toda sua trajetória artística, visível no intenso trabalho de pesquisa sobre as possíveis mutações biológicas e a experimentação de diversos materiais cerâmicos, a dramaticidade barroca é o mais novo elemento em sua produção.
Sob o título “Mise en abyme” (Fig. 1), uma referência clara ao termo criado por André Gide, que pode ser traduzido como “narrativa em abismo”, o trabalho de Barcellos foi selecionado pelo edital Fernando Beck 2014, e abriu a mostra em 24 de abril, na Fundação Cultural Badesc, também em Florianópolis.
Utilizando-se de narrativas sobrepostas, onde a assimetria é uma constante, a obra representa o rompimento da artista com a própria estética, antes baseada na experimentação de materiais cerâmicos, e agora receptiva a uma nova matéria, o tecido, incorporado ao trabalho não como um elemento secundário, e sim como o regente da composição. É este novo material quem direciona a poética da artista para um novo terreno: a dramaticidade.
Fracionada em núcleos, a obra consiste em uma instalação que une organismos feitos em poliéster (Fig. 2), atados um ao outro por garras criadas em cerâmica, organizados em composições assimétricas e efêmeras, que se perdem e se reinventam a cada nova montagem. Esta reinvenção da composição permite à obra uma maior mobilidade e infinitas possibilidades de fruição.
Está na composição também o poder dramático da obra, evidenciado na disposição dos organismos em poliéster e na capacidade desses organismos expressarem emoções exacerbadas, mesmo constituindo-se de formas aparentemente sem expressões.
Contrastando com a assimetria das composições estão o equilíbrio e a harmonia entre os organismos em poliéster, criados todos sob a mesma cor, forma, textura e volume. Independente da composição criada, este equilíbrio e harmonia entre os organismos permanecem, o que também remete ao renascimento. Porém, enquanto no renascimento a harmonia e o equilíbrio estavam na obra como um todo, no trabalho de Barcellos a composição não é harmoniosa nem equilibrada, apenas os elementos que a constituem.
Seja por conta do hibridismo ou pela harmonia entre as formas, o trabalho de Barcellos dialoga com a produção da artista Ishibashi Yui, que também explora o cientificismo renascentista, e que traz na obra “Then,it returns slowly” (Fig. 3), cores, hibridismo e composição que remetem ao trabalho de Ilca Barcellos.
REFERÊNCIAS
GOMBRICH, Ernst H. A história da arte. Tradução: Álvaro Cabral. 16ª ed. Livros Técnicos e Científicos Editora, 1999.
PULSAR DA VIDA - GALERIA DE EXPOSIÇÕES SESC JOINVILLE.
DOMINGO - DIA 15 DE JUNHO - AS 19H30 -
GALERIA DE EXPOSIÇÕES SESC JOINVILLE (RUA ITAIÓPOLIS, 470 – AMÉRICA) - ABERTURA
DA EXPOSIÇÃO “PULSAR DA VIDA”, DE ILCA BARCELLOS - ENTRADA GRATUITA
Obras perpassadas por vitalidade espiritual pela força
de expressão, prenhes com intensa vida própria, não busquemos identificá-las
nos registros biológicos, elas se movem em todos os sentidos, mergulham em
nossa realidade, são o próprio significado do esforço da sobrevivência, remetem
às origens da vida oceânica, às contradições de atração/repulsão do
desconhecido, harmonia perfeita entre matérias díspares : a argila primeva e
maleável do sonho do Criador, massa moldável pela vontade, e o produto da indústria
química criada pelo homem, na matéria que se expande incontrolável como a vida
pulsante em seu interior, símbolo inato do senso do numinoso e do mistério da
criação artística, simplicidade e complexidade na articulação das formas
orgânicas entre estruturas vivas e por viver, analogias entrevistas e ritmos
intuídos, penetrando decididamente o espaço, na verdadeira essência do pulsar
da vida.
Obra de uma escultora, Ilca
Barcellos, ou sinalização da vida oculta numa palavra: existir.
Walter de Queiroz Guerreiro
Crítico de Arte (ABCA/AICA).
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